Uma noite, olhei os céus e percebi
Tudo que esperei já não estava ali
Cerrei meu olhar e no horizonte eu vi
Tudo que existe desafia a agir
Todavia, dentre vós
Quem bem sabe o que fazer?
Em cada abismo e tempestade
Salvador, quem há de ser?
Nesta vila, reina a fome
E o bom não tarda a oferecer
Seu alimento ele mal come
E mal sobra o que beber
Vem o vento e leva tudo
Que um dia ousara ter
Repousando em sua morada
Vem o bom a perecer.
Nesta vila, reina a guerra
E vem o justo a nos servir
E protege-nos do escuro
Sete dias sem dormir
Aceitando seu destino:
Vem, ó morte, estou aqui
E ele cai, e em vão, morreu
Pois sem abrigo vão-se os seus.
Toda a realidade de ponta a cabeça
É um templo amargo de expectativas
Se pensas que podes corrigir um grão
Sem uma avalanche te ferir a vida
Eis que reina nesta vila a tempestade
E toda bela flor que nasce a desafia
E o justo ramo que a sustenta me permite
Discernir, nas fantasias, a verdade.
– Leonor, o mago, transcorridos alguns dias de seu retorno
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